domingo, 25 de janeiro de 2009

REVIEWS: Oficina G3 - Depois da Guerra


Há muito tempo que o cenário gospel nacional caiu numa mesmice sem precedentes. Todos os grandes lançamentos são direcionados a um estilo congregacional, e esse público por sua vez acabou se fechando no mundo particular de adoração. Esse ciclo vicioso produziu novas mutações, "setores" no meio dos cristãos brasileiros, gerando uma guerra fria entre o povo de Deus.

No álbum Depois da Guerra, o Oficina G3 traz vida a um movimento antes encampado pelos cariocas do Fruto Sagrado. A cisão no protestantismo brasileiro é preocupante, e com certeza o maior perdedor será o evangelho, caso não se deixem as vaidades de lado. E é justamente para o público que se fechou nas igrejas a maior mensagem deste álbum.

Na estréia de Mauro Henrique nos vocais, o Oficina G3 salva toda uma década de péssimos trabalhos no cenário rock. Riff´s antes ignorados pela banda em seus trabalhos, agora presentes em boa quantidade no álbum trazem uma nova característica à banda que caminhava para a mesmice anterior.

Um grande problema de álbuns nacionais é a dificuldade em realizar com qualidade trabalhos em outro idioma. Neste cd o Oficina G3 com seu novo vocalista consegue alcançar um padrão bom de pronúncia para as músicas em inglês. Nas tentativas anteriores da banda (Juninho na música Your Eyes - Indiferença e PG em Don´t Give Up - Humanos) eles alcançaram algo não muito bom. Desta vez é diferente, Mauro Henrique tem boa pronúncia, dicção e voz pro idioma, e esse é mais um ponto positivo do cd.

Musicalmente, a banda exteriora suas influências de DreamTheather em grande parte das músicas. Há quem enxergue nos solos de guitarra influência de Michael Sweet (CarlitosFanatikos no tópico Oficina G3 do dotFórum tem convicção disso) e quem como eu sinta um pouco de Dave Grohl nos riffs. Jean Carllos nesse álbum alcançou o ápice de suas frases no teclado, com linhas muito bem escolhidas, bons timbres e ótimos backing vocals, trazendo uma agressividade que faltou à banda nos tempos que Juninho Afram assumira os vocais. Duca Tambasco como sempre traz sua competente contribuição, dessa vez um pouco mais discreta. Diria até que um pouco menos brilhante que a do freelancer Aposan na batera. Esse sim é um detalhe curioso do álbum: em sua participação no Elektracústica a linha de batera não trazia uma identificação com o trabalho da banda. Neste álbum, fica a impressão de que o competente baterista sempre trabalhou com rock. O que muitos ignoram é que antes de ingressar no Oficina G3, Aposan era figura fácil no cenário black em São Paulo, trabalhando com gente como Paulo César Baruk e outros.

Déio Tambasco aparece no álbum de uma forma totalmente nova. Sua composição "Meus Próprios Meios" em nada se parece com suas contribuições anteriores para a banda (vide "O fim é só o começo" - "Além do que os olhos podem ver"), numa faixa que tem características bem distintas de todos os seus trabalhos anteriores, inclusive os solos.

A banda com certeza deve muito dessa guinada aos novos produtores, Marcelo Pompeu e Heros Trench (Khorzus), que segundo Duca, ampliou a visão musical da banda em 360 graus.

A regravação da canção I tried to change (FullRange, antiga banda de Mauro Henrique), agora rebatizada de Unconditional, acompanhada de People get Ready e Better mostra bem os caminhos que a banda pretende trilhar no exterior. Aliás People Get Ready ganhou uma versão digna de sua história. Com certeza Curtis Mayfield ficaria orgulhoso ao ouvir essa versão!

A verdadeira missão deste álbum será fazer que sua mensagem seja ouvida, e que por consequência, vejamos menores ou caídos os muros erguidos entre nós. Mas já é grande a contribuição deste trabalho em termos musicais. É diferente, novo e animador. Diria que é a salvação da lavoura nesta década!


Track List:
1. D.A.G.
2. Meus próprios meios
3. Eu sou
4. Meus passos
5. Continuar
6. De joelhos
7. Tua mão
8. Muros
9. Depois da guerra
10. A Ele
11. Incondicional
12. Obediência
13. Better
14. People get ready
15. Unconditional

Por: TiagoT83

4 comentários:

Anônimo disse...

Ta Show o novo cd!!!
Adorei de Montammmmmmmm
bjooooo

TiagoT83 disse...

Fiquei feliz quando fiz uma busca no Google e vi que a resenha do DDG estava proliferando pela net. Muito obrigado pelo incentivo e créditos, Deus os abençõe!

Julio disse...

Esse cd além de influencia de Dream theater, me parece ter muuita influencia de evergrey... muito parecido.. som progressivo pesado...

Kaio Ferreira disse...

A banda tá show de musica"
essi album ficará marcado pra sempre em minha vida"
MUITO MASSA"!